sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Familiares de assassinados se unem e pedem paz em Itabira

Familiares de pessoas que foram assassinadas em Itabira se uniram na manhã desta quinta-feira, 14 de novembro, em um único propósito: pedir paz na cidade. A concentração foi em frente à Câmara Municipal. Depois, saíram em caminhada segurando faixas, cartazes e cruzes. Tudo para simbolizar a vida brutalmente tirada. A caminhada foi organizada por Wilton Barbosa, pai da jovem Polyanna Carolina da Silva Barbosa, morta com 18 facadas pelo ex- marido, em fevereiro de 2010. À frente do movimento, junto a Wilton, também estava Valéria Aparecida Barbosa da Silva, irmã de Walquer Barbosa da Silva, assassinado a tiros, no bairro Gabiroba, em outubro de 2007. Durante a entrevista, Wilton deixou claro que o movimento não é em específico pela sua filha, mas para chamar a atenção da população e das autoridades, local e nacional, sobre a crescente violência que assola o município. “Já fomos uma cidade educativa, hoje somos uma das mais violentas do Estado. Este ato não tem qualquer interesse político. Somos pessoas de bem mostrando a nossa indignação e pedindo providências para acabar com a violência. Este ano 30 já foram assassinados (quando Wilton dava entrevista, mais um homicídio era confirmado, subindo para 31). É assustador”. Misturado ao pedido de paz, estava também o sentimento de impunidade. Muitos parentes clamavam por justiça, assim como a irmã de Walquer. Dos três envolvidos no crime, dois ficaram presos apenas três meses e o outro nem foi detido. Seu irmão, Waldemar Barbosa, em 2010, para vingar a morte de Walquer, tentou matar o suspeito do crime, foi preso e recentemente condenado há 14 anos de prisão em regime fechado. A pena foi diminuída para 9 anos por bom comportamento. “Neste país há muita impunidade. O meu irmão preso e o assassino do Walquer solto por aí”, reclamou Valéria.
Justiça também pedia Tatiana Costa, 35 anos, mãe de Rangel Augusto Costa, assassinado na tarde do último domingo, 10 de novembro, no bairro Pará. Dois menores envolvidos no crime estão apreendidos, mas o rapaz, acusado de ser o autor dos disparos prestou depoimento a polícia e foi liberado. “Os bandidos estão fazendo o querem com o cidadão de bem e a polícia não está dando conta. Já sabem quem matou meu filho e não entendo porque os menores estão apreendidos e ele não. Isso me revolta. É muito simples matar alguém e não pagar por isso. Eu quero justiça”, pediu. Não é a primeira vez que Tatiana tem um parente assassinato. Há 28 anos, seu pai Daniel Augusto Costa, taxista, foi torturado, amarrado em uma árvore, morto e teve o veículo roubado. Até hoje o crime não foi solucionado e não tiveram pistas do assassino. “O caso do meu pai chocou a cidade na época. Não sabemos quem fez isso, mas do meu filho eu sei e não posso deixar isso impune. Batalharei para que o assassino pague”.
Para Wilton, as leis no país devem ser modificadas. “A legislação beneficia o infrator. Ele não tem medo de praticar o crime, porque não ficará na cadeia. O assassino da minha filha é um exemplo. Foi condenado e está solto, vivendo tranquilamente. Isso precisa ser revisto e em Itabira algo tem que ser feito, porque todos os dias, mais familiares vão perder seus entes queridos e daqui a pouco teremos medo de deixar nossos filhos sairem de casa”, finalizou Alguns vereadores também participaram pela caminhada. O ato terminou em frente ao Fórum, no bairro Pará.

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